random thoughts | february '16

1.3.16

Os ventos mudaram, logo as folhas cairão e, finalmente, algo em mim acompanha tais mudanças. Seja nas coisas mundanas, seja nos planos que voltei a ter depois tanto tempo flutuando à margem dos meu verdadeiro eu sem encontrar um norte.

Depois do dia em que tudo mudou, tem sido difícil navegar sem bússola em mares tão conturbados. Ainda que meus olhos inocentes tentassem enxergar âncoras em frágeis pedaços de madeira, eles nunca foram suficientes para lidar com a correnteza constante e nadavam para longe quando já não se era possível continuar ao meu lado. 

Tudo mudou tantas e tantas vezes que por muito tempo sobreviver a maré era minha única missão e, mesmo assim, certas vezes eu falhava, encantada demais com a ideia de deixar-me levar até que o oceano me abraçasse nas profundezas de seu ser, onde poderia finalmente encontrar meu lugar. De alguma forma, meu corpo continuava a flutuar, seguindo rumos desconhecidos, impensados. O medo constante do que haveria à frente me tornando mais viva.


Então, avistei o porto. 
Deixei de flutuar e passei a lutar contra às águas em seu rumo. Por vezes meus braços enfraqueciam no conflito, o porto perdia seu brilho, mas continuei como aquele velho dizer em um filme infantil me orientou uma vez. Aproximei-me da margem e logo mãos desconhecidas estenderam-se em minha direção. Uma âncora foi encontrada. Não sei bem dizer se esta é definitiva, mas parece-me que poderia ser. Esta é a âncora que me desafia à deixar o mar e buscar outros rumos em terra. Meu verdadeiro rumo. Esta é a âncora que me permite ser quem fui um dia: a garota que se permitia sonhar livremente olhando as nuvens sem se preocupar se seus sonhos eram ambiciosos demais, impossíveis demais. Esta é a âncora que me mantém viva a cada dia que passa, em cada abraço e em cada sorriso que recebo. 

Os ventos mudaram, logo as folhas cairão e, tenho certeza, eles tornarão a mudar e a cair na constante dança das estações. Ainda que eu volte ao mar, saberei que um novo porto estará logo ali e meu norte será guiado por tudo aquilo que move meu coração. Afinal, mares calmos não fazem bons marinheiros.

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2 comentários

  1. Texto maravilhoso, as usual.

    Super me identifiquei... tanto, que nem tem o que dizer direito.

    Te amo!
    beijos
    A Mente Transborda
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    Respostas
    1. Awwww, que bom saber disso <3
      Brigada, mate. Te amo :)

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