random thoughts for november '16

Random Thoughts 22.11.16
True perfection has to be imperfect

Engraçado como as coisas se encaixam no grande espectro da vida.

Domingo, noite, festa surpresa de um amigo. Pediram-me para colocar alguma música para tocar e só consegui pensar naquela performance de uma das bandas incríveis que passei a gostar desde o ano passado e a admirar após ter visto as últimas duas músicas daquela mesma performance na TV ao vivo. Catártica, definiria um deles.

Terça-feira, começo de tarde, em meio à coisas desinteressantes em uma rede social. Um vídeo de uma das músicas que nem ao menos está entre as minhas preferidas em algum estúdio. Fui impactada mais uma vez pela forma honesta com que mãos tremiam e letras cruelmente honestas eram cantadas entre alguns berros. Segui vendo os vídeos que se seguiram deste e, de alguma forma, me encontrei com uma das poucas conversas no mundo jornalístico que quase fez renascer em mim aquela vontade adolescente de fazer parte deste mundo.

Outro dia, assisti Before Sunrise e os outros dois filmes dessa série. Desde então, o incômodo da dificuldade em encontrar conexões reais neste mundo permanesce em mim. Principalmente aquelas com pessoas reais, com cérebros pensantes que vão além das obviedades e convenções da vida, que vão além das mentiras que criamos para viver socialmente e das verdades difíceis que não temos coragem para dizer.


Conversei sobre isso com uma única pessoa, alguém com quem me sinto apenas um pouco menos desconfortável para dizer o que penso e formular certas teorias, mas não foi o suficiente. As respostas foram simplistas demais pra solucionar a grandeza das questões sufocando minha mente. Larguei de mão. 

Forcei-me a esquecer o sufocamento, voltei à superfície na qual descansamos para evitar que as perguntas sem respostas nos enlouqueçam. Sometimes to stay alive, you gotta kill your mind, ele diria. Tudo isso, entretanto, veio à tona com a conversa que acabei de ver. Colocar-se à frente de alguém e debater todas as questões que nos perseguem e realmente ter um diálogo sobre isso não deveria ser tão surpreendente, mas é.

Por alguns minutos incríveis vi como as angústias e teorias que criamos se relacionam no lugar distorcido das ideias, como todos nós lidamos com monstros parecidos e como seria mais fácil expor nossos medos e sufocamentos com pessoas com o poder de contribuir, de expor suas próprias feridas e mostrar que não estamos sozinhos. Ou apenas pessoas com o poder de escutar, de verdade. Pessoas que com uma única lembrança de uma letra de música claramente iluminam todo o tormento que sentimos por dentro.

Quão estranho é considerar raro o ato de ser tão humano;
Quão difícil é o sê-lo.