Pouco antes de dormir, pensei em coisas que poderiam tornar meu dia melhor. Mudar. Livrar meu corpo dos resquícios dos muitos, incontáveis, copos de álcool de uma noite de ano novo que durou até bem depois do sol nascer, da qual as inúmeras risadas que dei com bons amigos compensaram cada segundo da ressaca colossal que eu tive no primeiro dia de 2015. Então, ao acordar no dia de hoje, medi meus atos tão habituais que mais parecem automáticos e tomei uma única decisão que estava anotada em uma das minhas listas de resoluções do passado. Simples assim. Não fiz nada absurdo. Não tatuei todas as letras de música que eu gostaria no corpo, não aprendi a dirigir e nem escrevi um livro. Ao invés disso, resolvi apenas passar um dia inteiro me alimentando só de coisas completamente naturais e não consumir carne. 

Uma experiência, uma decisão, uma mudança. Pequena, alguns diriam, mas consistente e importante para mim. Não que eu vá me tornar vegan-cicloativista-musa fitness 2015. Longe disso, quero mesmo é ser alguém muito além dos rótulos. Quero aprender a tocar violão, voltar a cantar, escrever uma música talvez. Quero escrever e escrever muito, quero completar cadernos inteiros com anotações sem qualquer indício de linearidade. Quero tirar os Band-Aids, curar minhas feridas e deixar o passado em seu próprio lugar. Quero dar início à minha nova profissão, dar o meu melhor e amar cada segundo. Cuidar da minha saúde por inteiro, sem distinções entre corpo e mente. Quero ler para crianças, ser voluntária em um asilo, correr uma maratona, ser honesta, aprender a agir com bondade com todos os que cruzarem meu caminho, ser mais, fazer mais. Me amar acima de todas as coisas.